BAHIA - Quatro mil pessoas podem perder o emprego com fechamento da Vulcabras/Azaleia.

06/12/2012 09:18

 

 

 

Pelo menos quatro mil empregados da fabricante de calçados Vulcabras, dona da marca Olympikus e Azaleia, devem ser atingidos pelo  fechamento de 12 unidades da empresa no sul e sudoeste da Bahia. De acordo com a assesoria da indústria, parte deles será remanejada para a matriz situada em Itapetinga, na região sudoeste da Bahia. Eles devem ser mantidos no trabalho até o dia 14 de dezembro, quando começam as férias coletivas e o processo de demissão, segundo informa a emrpesa.

No entanto, as máquinas estão paradas desde sexta-feira (30), dia em que foram comunicados da decisão. Os funcionários têm cumprido apenas o horário estabelecido em contrato, de dez horas, com um hora de almoço, que tem compensação. Os trabalhadores chegam à fábrica 5h e deixam o local as 14h49. Serão desativadas todas as fábricas localizadas no estado, exceto a matriz. São duas unidades nas cidades de Caatiba, Firmino Alves, Itambé, Itororó e Macarani, além de uma em Itapetinga.

Ainda em nota, a empresa disse que cumprirá os direitos previstos junto ao sindicato e irá pagar "benefícios complementares". Paulo César, diretor do sindicato dos trabalhadores da fábrica em Itororó, contou que a Vulcabras propõe que os demitidos recebam valor de R$ 1.400 adicional e cinco cestas básicas. Para ele, o valor não é suficiente. Mensalmente, os trabalhadores ganham R$ 653, atuando como cortador, pré-costura, costureira e montador dos calçados, segundo diz o sindicalista. "O sindicato reinvindica um salário mínimo, um ano de cesta básica e seis meses de salário para quem quer sair, só que a empresa ofereceu dois salários mínimos e cinco cestas básicas. O sindicato não fechou esse acordo porque depende da classe trabalhadora também", acrescentou.

Paulo César explicou que a cidade de Itororó tem pouca opção de trabalho e que a notícia gerou surpresa para os moradores. "Havia boatos após o fechamento de seis fábricas na Bahia, mas os diretores sempre passaram positividade para a gente. A prefeitura não tem como empregar todo mundo, a fábrica emprega muita gente da região", disse ele, que trabalha há quase sete anos em uma das fábricas. Casado e com filho de um ano e nove meses, ele contou que ainda não saber o que fazer para ter nova renda após a demissão.

A Vulcabras/ Azaleia alegou que o fechamento das fábricas se deve a prejuízos financeiros causados pelo aumento da competição dos calçados chineses, importados a preços menores que o custo de produção no país.

O governador Jaques Wagner esteve em Brasília na terça-feira (4) e pediu medidas de proteção para as empresas de calçados ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ficou de estudar o caso. Nesta quarta-feira, a assessoria informou que o governo estadual busca soluções junto ao governo federal.

Fonte; Voz da Bahia/(TV Bahia)

Por: MURILO MOURA  DRT/BA 4157